Vendo o invisível na perspectiva do Espírito!

Quem não gostaria de contemplar costumamos chamar de invisível?

A mente humana e seu acervo de imagens, tais como aquelas que costumam ser objetos de adoração e fervor religioso, parece depender de uma objetificação material para dar-se por satisfeita, em sua adoração e apegos emotivos e sentimentais — enquanto estamos com o olhar voltado para a terra, não há como ver o arco-íris que aparece no céu. Por outro lado, se, pela lente da espiritualidade inata, desprendermos da fixação e sentimentos negativos, que algumas imagens pode causar, como por exemplo os medos de animais.

No post anterior compartilhei uma reflexão metafísica sobre Daniel, e, como ele conseguiu salvar-se da cova dos leões, ilustrado num quadro de Riviére — minha veia literária sobressaiu-se sobre o esforço de um texto curto. Desta vez, peço licença para usar um outro quadro do mesmo pintor inglês, para ilustrar esse post:

“A resposta de Daniel ao Rei” – Briton Rivière, 1892

O aprendizado e prática das constantes leituras do livro que me ajudou a compreender a vida mais metafísicamente — ou seja, a olhar acima e além da casca material e daquilo que os sentidos físicos percebem — Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, aprendi que ao olhar sem medo para uma fera, essa não atacará, e fugirá de nossa presença. O que me fez refletir sobre o inverso, se olhar com medo, o faro apurado da fera, poderá sentir o odor do medo, e, isso tenderá a provocar seus instintos, o que poderá resultar em um ataque, por seu instinto de defesa e de sobrevivência.

Ciência e Saúde, p. 378

Sobre a tela supra compartilhada, podemos concordar que a interpretação de uma tela é subjetiva e algo muito particular. Entretanto, permita-me compartilhar que percebo Daniel está numa atitude contemplativa de que está orando e vendo o invisível era um hábito seu, e, foi uma das atitudes que irritou seus detratores. Aqui podemos ver a diferença entre o que os sentidos físicos percebem, em sua primeira impressão, e, a percepão espiritual, por intermédio da qual, contemplamos as coisas invisíveis do Espírito. Essa percepção espiritual, não tem nada a ver com o falso e afoito testemunhos dos sentidos físicos que nos apresentam uma situação aparentemente tensa, na qual o osso, caido ao lado de Daniel, pode denotar que ele poderia ser a opção de comida para daqueles leões selvagens e famintos.

No livro mais importante da minha vida, já mencionado acima, há algumas frases que permitem e capacitam o leitor a contemplar o invisível, pois ele nos ensina a aprender a pensar metafísicamente, olhando acima e além das miragens ilusórias dos falsos quadros materiais, como a citação infra, que embora seja bem curtinha, pode conter a chave para conseguirmos captar a visão, e, ver além dos quadros que objetificam nossos pesadelos de medos, fantasias, desesperanças, doença, pecado, ansiedades e mortalidades, que pretendem estar subjetivas a nossa consciência, poluida pelas crendices coletivas, que o Apótolo Paulo chamou de “mente carnal”, e, o livro Ciência e Saúde explica como sendo a “mente mortal” creças coletivas, que abundam na consciência humana que permite sua entrada aceitando-as, e, que ainda não foi iluminada pela ideia mental, ou percepção espiritual, real e verdadeira:

Ciência e Saúde, p. 467

Certa vez, estava voltando para casa, caminhando, quando de repente, um cachorro brabo, veio correndo em minha direção, aparentando que ia me morder o quadro mental era um estado crítico, e, que eu não teria chance de defesa. Entretanto, de imediato a citação que aborda a estratégia de olhar nos olhos das feras e não demonstrar medo, mencionada acima, veio-me à consciência, e, foi o que fiz, olhei para ele com um olhar fixo e de superioridade, sem mostrar nenhum medo dele. Atrelada a essa defesa mental, também aprendemos que uma das qualidade que nos foi concedida, no relato da criação divina do primeiro capítulo do Gênesis como filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, foi de que o Espírito outorgou-nos domínio, completo, sobre todos os animais silvestres. Mantive-me olhando para os olhos do cão brabo e o resultado foi que ele ficou parado, parou de latir naquele momento, deu mais algumas grunidas, baixou sua cabeça, deu meia volta e foi embora. Sinto que contemplei o invisível, pois foi a própria presença do Espírito, que deu-me a ideia mental correta, e, essa lei divina, à luz da Ciência Cristã, pode ser demonstrada por todos!