
33 Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?
36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. …
37 …Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? … (João 18: 33, 36-38 ARA)
A pergunta que Pilatos fez a Jesus, no meu olhar, um tipo de deboche, no momento de seu interrogatório, no pretório onde fora levado pelos soldados que o capturaram, ainda repercute hoje em dia, clamando por uma resposta ideal e conclusiva!
Isso é ainda mais impactante, na afirmação feita por Jesus: “… conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32 ARA)
Mas, afinal, qual essa verdade libertadora, a qual Jesus se referiu?
Essa pergunta, combinada com a de Pilatos, pode ter diferente respostas, a depender da ideologia, filosofia ou sistemas de ideias, em que ela está embasada. A única ideologia de Jesus, era o próprio Cristo – a consciência intimamente ligada com o Princípio-Deus, a única Mente, ou único Ego imortal – daí a prática que dela deriva ser chamada de Cristianismo primitivo – uma consciência espiritual e atemporal, mais elevada e prática da ideia-Cristo. Essa é a verdade da única Verdade, a qual foi demonstrada, com inigualável maestria, por Cristo Jesus. Portanto, podemos concluir que essa verdade, é um atributo derivado da própria lei da Verdade, Deus, e, portanto, é eterna, vale para todos os tempos, e, é ininterrupta, incontaminada pelo mundo, e, livre das vãs hipóteses humanas.
As doutrinas feitas pelos homens, diferentes filosofias e sistemas de ideias, seus rituais, credos e celebrações, especialmente as que procuram lembrar verdades ensinadas por Jesus, mas de uma forma material e perfunctória, configuram um cristianismo peculiar de comemorações e devoção, definida por calendários de festas e tradições centenárias, algumas até milenares, procissões e profissões de fé populares, e, pode-se perceber que elas estão em declínio, face ao “Haja luz” da Verdade absoluta e vibrante, que atua como uma revelação a todo o pensamento receptivo, que procura conhecê-la.
Por volta de 1863, uma ilustre pensadora e mulher extraordinária, a norte-americana, Mary Baker Eddy, afastou-se da sociedade, e, durante mais de 3 anos, dedicou-se a estudar o cristianismo primitivo de Cristo Jesus, e, encontrar evidências demonstráveis desta luz divinal e da prática dela derivada, até mesmo no Velho Testamento, e, depois do Novo Testamento – do Gênesis ao Apocalipse.
Em sua pesquisa, tranquila, animada e persistente, ela foi direcionada por Deus, para descobrir a interpretação espiritual do texto bíblico! Esse significado espiritual da Palavra inspirada, do Verbo divinal, revelou-lhe o que ela chamou de “cristianismo científico”! Segundo a pesquisadora inglesa, Karen Armstrong sugere, em sua obra: “A Bíblia – uma Biografia”, a descoberta do significado espiritual das Escrituras, completa os 3 enfoques de interpretação bíblica: o literal, o histórico e o moral, dando complementariedade e definindo assim, os 4 elementos de interpretação, já reconhecidos por alguns eruditos e especialistas em Ciências Bíblicas.
Eddy, descobriu em sua longa pesquisa autônoma, nas Escrituras, e, suas provas na prática científica, o que corresponderia hoje a uma duração de dedicação exclusiva a um período de estudos de um Doutorado, numa Academia. Pode-se dizer, com base nos livros que ela escreveu, que ela descobriu a atemporalidade de Cristo, ou seja, a aplicação dos ensinamentos e verdades espirituais, ensinadas e praticadas por Jesus, como sendo úteis e aplicáveis/demonstráveis para todos os tempos: passado, presente e futuro. Ela foi inspirada por Deus, a ir praticando essa Ciência do cristianismo, recém descoberta, e, bem como a registrá-la num livro-texto, que ela chamou de: Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. A sua descoberta tem como data de registro e fundação 1866, em Boston, EUA, e ela chamou-a de “Christian Science”, cuja tradução, em português, é Ciência Cristã.
Para finalizar, podemos inferir que, as tentativas do ocultismo, que pretende ocultar a Verdade – a Verdade com “V” maiúsculo, aqui como um sinônimo para Deus. Assim como tentou, no passado, manietar, crucificar, matar Cristo Jesus, a Verdade e seu portador, tentativas que foram totalmente vãs, pois, contrriamente, tais pretensões só colaboraram para imprimir uma marca na história: a vitória da Cruz e da Coroa – gloriosamente demonstradas na ressurreição e ascensão de nosso divino Mestre, o qual “desde aquela época foi com razão considerado o melhor homem que já pisou este planeta.” (Eddy, Ciência e Saúde p. 364)
“A Verdade é o poder de Deus que cura o doente e o pecador, e é aplicável a todas as necessidades do homem. É a ideia-Cristo, inteligente e universal, exemplificada na vida de Jesus, graças a cujas “pisaduras fomos sarados”. Por meio de conflitos, derrotas e triunfos, a Ciência Cristã foi explicada para que os mortais a compreendessem, e ficou constatado que é capaz de curá-los.” (Eddy, Escritos Diversos, p. 259-260)
Referências:
ARMSTRONG. Karen. A Bíblia – uma Biografia.
EDDY, Mary Baker. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras
EDDY, Mary Baker. Escritos Diversos Bíblia Sagrada, Versão ARA. SBB, 1996


