Que é a Verdade?

A pergunta que Pilatos fez a Jesus, no meu olhar, um tipo de deboche, no momento de seu interrogatório, no pretório onde fora levado pelos soldados que o capturaram, ainda repercute hoje em dia, clamando por uma resposta ideal e conclusiva!

Mas, afinal, qual essa verdade libertadora, a qual Jesus se referiu?

Essa pergunta, combinada com a de Pilatos, pode ter diferente respostas, a depender da ideologia, filosofia ou sistemas de ideias, em que ela está embasada. A única ideologia de Jesus, era o próprio Cristo – a consciência intimamente ligada com o Princípio-Deus, a única Mente, ou único Ego imortal  – daí a prática que dela deriva ser chamada de Cristianismo primitivo – uma consciência espiritual e atemporal, mais elevada e prática da ideia-Cristo. Essa é a verdade da única Verdade, a qual foi demonstrada, com inigualável maestria, por Cristo Jesus. Portanto, podemos concluir que essa verdade, é um atributo derivado da própria lei da Verdade, Deus, e, portanto, é eterna, vale para todos os tempos, e, é ininterrupta, incontaminada pelo mundo, e, livre das vãs hipóteses humanas.

As doutrinas feitas pelos homens, diferentes filosofias e sistemas de ideias, seus rituais, credos e celebrações, especialmente as que procuram lembrar verdades ensinadas por Jesus, mas de uma forma material e perfunctória, configuram um cristianismo peculiar de comemorações e devoção, definida por calendários de festas e tradições centenárias, algumas até milenares, procissões e profissões de fé populares, e, pode-se perceber que elas estão em declínio, face ao “Haja luz” da Verdade absoluta e vibrante, que atua como uma revelação a todo o pensamento receptivo, que procura conhecê-la.

Por volta de 1863, uma ilustre pensadora e mulher extraordinária, a norte-americana, Mary Baker Eddy, afastou-se da sociedade, e, durante mais de 3 anos, dedicou-se a estudar o cristianismo primitivo de Cristo Jesus, e, encontrar evidências demonstráveis desta luz divinal e da prática dela derivada, até mesmo no Velho Testamento, e, depois do Novo Testamento – do Gênesis ao Apocalipse.  

Referências:
ARMSTRONG. Karen. A Bíblia – uma Biografia.
EDDY, Mary Baker. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras
EDDY, Mary Baker. Escritos Diversos Bíblia Sagrada, Versão ARA. SBB, 1996

Reconfigure seu dia!

O primeiro dia do ano, foi definido por uma Carta Encíclica Papal com o Dia da Paz universal [ Pacem in Terris (11 de abril de 1963) | João XXIII ]. Mas poucos lembram disto na história da cristandade. Mas, no plano individual, podemos autoproclamar a paz espiritual, na consciência, a cada manhã, todos os dias?

Na diversidade de religiões que existem hoje no mundo, a paz é considerada uma dádiva de Deus, reinvindicada na oração, outras atribuem essa paz à disciplina e quietude da meditação, sugerindo técnicas de respiração e elevação da consciência. Passando do agnosticismo, para o politeísmo, e, o monoteísmo, a paz tem sido considerada uma realidade subjetiva da mente, que pode ser cultivada na consciência individual.

Por afinidade, familiriadade e experiência, focarei no monoteísmo, tendo como único Modelo, ou Exemplo, Cristo Jesus, o “filho de Deus” e “Príncipe da Paz”, o qual inaugurou o Cristianismo. Jesus, ao entrar no lugar onde estavam seus discípulos, entristecidos com a partida de seu glorioso Mestre, logo após sua crucificação e ressureição, chegando de surpresa no lugar onde eles estavam reunidos, saudou-os com o que se poderia considerar, metafisicamente, não só uma saudação, mas uma mini-oração, ou, mini-bênção: “Paz seja convosco.” (João 20: 21 ACF)

Em judaico”Shalom Aleichem“, ou no hebraico: “שָלֹום עליכם” essa é uma expressão de cumprimento e cordialidade que significa “A paz sobre vós”, ou, “A paz em vós” A língua nativa de Jesus era o aramaico, mas ele conhecia bem o hebraico, haja vista que as Escrituras estavam escritas nesta língua e ele era um assíduo leitor das Sagradas Escrituras, como ela estava disponível em sua época, graça ao trabaho dos Escribas e Copistas.

Certa vez, participando de um Seminário sobre Espiritualidade , Bioética e Medicina, na PUC-RS, com pesquisadores e profissionais da área da saúde, que pesquisavam Bioética — isto é um conhecimento e respeito às diferentes crenças religiosas, na ética do cuidado com o paciente um dos médicos palestrantes, praticante do Budimo, disse que ele configurava mentalmente seu dia, antes de sair de casa, ao nível consciente, ele disse que sua meditação diária, ajudava-o a inverter, o aparente caos de um ambiente hospitalar, para uma realidade objetiva mais salutar, tanto para ele como para os pacientes do hospital da Clínicas que ele trabalhava, o qual é ligado a UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Na UFRGS o grupo de pesquisa em Bioética é organizado pelo Dr. Goldim, o qual já escreveu o livro: “Bioética e Espiritualidade”, com abordagem de diferentes religiões, inclusive depoimentos de dois Praticistas da Ciência Cristã. Na época em que servi como Comitê de Publicação, no Brasil, fui convidado a participar da revisão destes depoimentos, a qual teve a colaboração da jornalista Jacira Cabral da Silveira, que atuou como Assessora de Comunicação deste Comitê.

Espiritualidade é um termo moderno o qual tenho estudado, chegando a fazer um curso de pós graduação, na área de Espiritualidade e Saúde. Foram três semestres, a disciplina voltada para a parte clínica, não realizei, por que meu interesse era só na parte conceitual e espiritual, até por que não sou médico.

Estudo a Ciência Cristã, desde a infância, e, no meu coração e mente, penso que por ser ela uma religião metafísica, ela desenvolve minha espiritualidade, haja vista, que ela me ajuda a manter a consciência elevada, pela via da oraçao mental e silenciosa, que me habilita a reconfigurar cada novo dia sob o prima da paz espiritual, a qual só a consciência crística permite-nos, inverter um suposto dia material, sujeito a tempestades, trovoadas de bombas, conflitos e guerras, em, uma realidade mais espiritual. Nesta realidade aprendo e consigo demonstrar a seguinte citação de Mary Baker Eddy, no seu livro, recém traduzido: Escritos Diversos. p. 211:

Mary Baker Eddy, Escritos Diversos. p. 211

Podemos reconfigurar nosso dia, a cada manhã. Que tal, em oração, mental e silenciosa, declararmos como nosso primeiro pensamento, a cada manhã, essa espiritualidade inata, e, deixar que a luz de Cristo, penetre em nossa janela mental, estabelecendo um dia configurado na vontade de Deus, onde, conforme a visão profética da mulher rica de Suném, diante do mau súbito de que levou seu filho a morte, e, que foi ressuscitado com a ajuda do profeta, a quem ela acolhia em sua casa com grande amor e gratidão, durante suas viagens: “Vai tudo bem…” (2 Reis 4: 22).

Essa declaração, humilde e firme, foi sus grata oração antecipada, um protesto mental absoluto, embasado na confiança no poder da única Vida, Deus, a qual era a única evidência da própria vida de seu filho, que jamais poderia estar perdida. Tal oração reconfigurou aquela cena triste de seu único filho aparentemente sem vida. E ele, como a Bíblia relata, ressuscitou!


Referências:
EDDY. Mary Baker. Escritos Diversos 1883-1896, p. 211: 2 ©️CSPS
GOLDIM. Dr. José Roberto. Bioética e Espiritualidade, EdiPuc-RS, 2007
Árvores de Reiligiões. Folha de São Paulo. Infograma 2016.

Como era a igreja de Jesus?

Não há muitos registros sobre a participação de Jesus num mesmo templo. Ainda bebê foi levado ao templo por seus pais, para cumprimento da lei de Moisés na cerimônia de purificação: “Pois está escrito na Lei do Senhor: “Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor.” (Lc 2: 23 NTLH)
Podemos inferir que igreja de Jesus, idealmente, cumpria a Lei do SENHOR e nos apresenta diante a presença do Princípio-Deus!

Crédito: jw.org

O primeiro registro de uma ida espontânea do preadolescente Jesus, ao templo, foi quando ele tinha 12 anos e escapou da presença de seus pais, para trocar ideias com os Sacerdotes e Mestres. Na ocasião, seus pais iam para Jerusalém para comemorarem a Páscoa dos judeus, como era costume. Foi só na peregrinação do regresso da família à Nazaré, que eles deram por falta do menino, e, depois de 3 dias de buscas, o encontraram no templo interagindo com os Mestres no templo. ( Lucas 2:41-52 NVI ) Pela recepção que ele teve no templo, podemos supor que a igreja visitada por Jesus, parecia acolher bem as crianças, claro que não no formato de uma Escola Dominical, como existe hoje em dia, mas respeitando seus conhecimentos e ensinando-lhes conforme suas capacidades de aprender.

Depois da longa procura sua mãe ficou brava e repreendeu-lhe por fugir dos pais, e, Jesus perguntou: “Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?” Mas eles não compreenderam o que lhes dizia.” (Lc 2: 49,50) Podemos deduzir que a igreja de Jesus cumpria a vontade de Deus, era prioritária em sua vida, e, que Jesus tinha amor por sua igreja!

Outro relato foi quando Jesus se desagradou dos mercadores e cambistas, que por tradição vendiam, no pátio do templo, objetos e animais, tais como pombas, usados no sacrifício dos rituais, por que, em geral os peregrinos não os traziam em suas viagens! Jesus fez uma dura repreensão e derrubou as mesas, cadeiras usadas por eles para vender. ( Lc 19: 45-48) Infere-se que a igreja de Jesus, era uma casa de oração, tinha os pilares da santidade, da fidelidade e da obediência aos 10 Mandamentos, e, segue-se daí, não podia haver nenhuma condescendência com qualquer tipo de malignidade, rituais de sacrifícios de animais, e, o tal mercantilismo da fé!

Jesus retirava-se para lugares solitários e com a quietude da humildade orava para manter-se em comunhão espiritual com Deus: “Pai … não se faça a minha vontade e sim a tua” (Lc 22: 42) Ele era um assíduo leitor das Escrituras, e, no templo, usava seu direito de ler e explicar as Escrituras à congregação! Mas, o modo como ele a interpretava, por vezes, causavam revolta, e, até punha em risco sua própria vida. A igreja de Jesus era congregadora e evangelizadora, a “Palavra inspirada” era compartilhada com humildade, amor, gratidão e devoção! Esse modo diferenciado de interpretar as Escrituras, é explicado por Mary Baker Eddy, na Ciência Cristã, como sendo a sua interpretação espiritual, científica, isto é prático da Ciência do Cristianismo, aplicável a solução dos desafios do cotidiano.

Em sua breve carreira terrena, de 3 anos, a partir do momento em que ele inaugurou seu sistemas de ideias, no que conhecemos como Cristianismo, mais como uma Ciência, do que o arcabouço de ritos, sacrifícios e cerimônias materiais, ao escolher os discípulos e com eles iniciar sua evangelização, foram as casas das redondezas, que passaram a ser o lugar onde eles se reuniram, em paz e segurança, para orar e ler as Escrituras! E muitas curas eram realizadas ao longo desta jornada. Essas curas, tanto as realizadas pelo Mestre Cristo Jesus, como seus discípulos e Apóstolos, foram as primeiras provas da utilidade de sua igreja, embasada no Cristianismo puro e sua Ciência, livre, sem fronteiras, ou preconceitos, e aberta a todos!

Entretanto, o melhor senso de igreja, era sua comunhão, individual e espiritual, com Deus, a consciência crística de sua filiação com o Pai. Essa consciência elevada, manteve um elevado senso de igreja — um senso espiritual. Encanta-me ver que, em sua humildade, ele fazia de um simples barco, uma praia à beira-mar, e, um gramado na escarpa de um monte, um lugar perfeito para ensinar e praticar seu cristianismo, o qual ele assim resumiu: “Curai enfermos, purificai leprosos, ressuscitai mortos, expulsai demônios.” (Mt 10: 8 ARA)

[…] Que “Haja luz”, o Verbo diz, criando a luz benfazeja,
qual livro aberto a revelar a sua gloriosa igreja.
Nós, pedras vivas dum altar, buscamos graça merecer
Onde a Verdade lampeja.
Hinário da Ciência Cristã, hino 176 ©️CSBD


Nota: esse post foi a sequência de um anterior, que você pode acessar aqui: A igreja no topo do trending topics!

Vendo o invisível na perspectiva do Espírito!

Quem não gostaria de contemplar costumamos chamar de invisível?

A mente humana e seu acervo de imagens, tais como aquelas que costumam ser objetos de adoração e fervor religioso, parece depender de uma objetificação material para dar-se por satisfeita, em sua adoração e apegos emotivos e sentimentais — enquanto estamos com o olhar voltado para a terra, não há como ver o arco-íris que aparece no céu. Por outro lado, se, pela lente da espiritualidade inata, desprendermos da fixação e sentimentos negativos, que algumas imagens pode causar, como por exemplo os medos de animais.

No post anterior compartilhei uma reflexão metafísica sobre Daniel, e, como ele conseguiu salvar-se da cova dos leões, ilustrado num quadro de Riviére — minha veia literária sobressaiu-se sobre o esforço de um texto curto. Desta vez, peço licença para usar um outro quadro do mesmo pintor inglês, para ilustrar esse post:

“A resposta de Daniel ao Rei” – Briton Rivière, 1892

O aprendizado e prática das constantes leituras do livro que me ajudou a compreender a vida mais metafísicamente — ou seja, a olhar acima e além da casca material e daquilo que os sentidos físicos percebem — Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, aprendi que ao olhar sem medo para uma fera, essa não atacará, e fugirá de nossa presença. O que me fez refletir sobre o inverso, se olhar com medo, o faro apurado da fera, poderá sentir o odor do medo, e, isso tenderá a provocar seus instintos, o que poderá resultar em um ataque, por seu instinto de defesa e de sobrevivência.

Ciência e Saúde, p. 378

Sobre a tela supra compartilhada, podemos concordar que a interpretação de uma tela é subjetiva e algo muito particular. Entretanto, permita-me compartilhar que percebo Daniel está numa atitude contemplativa de que está orando e vendo o invisível era um hábito seu, e, foi uma das atitudes que irritou seus detratores. Aqui podemos ver a diferença entre o que os sentidos físicos percebem, em sua primeira impressão, e, a percepão espiritual, por intermédio da qual, contemplamos as coisas invisíveis do Espírito. Essa percepção espiritual, não tem nada a ver com o falso e afoito testemunhos dos sentidos físicos que nos apresentam uma situação aparentemente tensa, na qual o osso, caido ao lado de Daniel, pode denotar que ele poderia ser a opção de comida para daqueles leões selvagens e famintos.

No livro mais importante da minha vida, já mencionado acima, há algumas frases que permitem e capacitam o leitor a contemplar o invisível, pois ele nos ensina a aprender a pensar metafísicamente, olhando acima e além das miragens ilusórias dos falsos quadros materiais, como a citação infra, que embora seja bem curtinha, pode conter a chave para conseguirmos captar a visão, e, ver além dos quadros que objetificam nossos pesadelos de medos, fantasias, desesperanças, doença, pecado, ansiedades e mortalidades, que pretendem estar subjetivas a nossa consciência, poluida pelas crendices coletivas, que o Apótolo Paulo chamou de “mente carnal”, e, o livro Ciência e Saúde explica como sendo a “mente mortal” creças coletivas, que abundam na consciência humana que permite sua entrada aceitando-as, e, que ainda não foi iluminada pela ideia mental, ou percepção espiritual, real e verdadeira:

Ciência e Saúde, p. 467

Certa vez, estava voltando para casa, caminhando, quando de repente, um cachorro brabo, veio correndo em minha direção, aparentando que ia me morder o quadro mental era um estado crítico, e, que eu não teria chance de defesa. Entretanto, de imediato a citação que aborda a estratégia de olhar nos olhos das feras e não demonstrar medo, mencionada acima, veio-me à consciência, e, foi o que fiz, olhei para ele com um olhar fixo e de superioridade, sem mostrar nenhum medo dele. Atrelada a essa defesa mental, também aprendemos que uma das qualidade que nos foi concedida, no relato da criação divina do primeiro capítulo do Gênesis como filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, foi de que o Espírito outorgou-nos domínio, completo, sobre todos os animais silvestres. Mantive-me olhando para os olhos do cão brabo e o resultado foi que ele ficou parado, parou de latir naquele momento, deu mais algumas grunidas, baixou sua cabeça, deu meia volta e foi embora. Sinto que contemplei o invisível, pois foi a própria presença do Espírito, que deu-me a ideia mental correta, e, essa lei divina, à luz da Ciência Cristã, pode ser demonstrada por todos!

A espiritualidade de Daniel salvou-o dos leões ferozes!

“Daniel e a cova dos leões” – Briton Rivière, Inglaterra, 1872

Uma das histórias bíblicas impactantes, aborda temas que ainda são bem atuais: os supostos poderes opressores, a servidão e a escravidão, além do cerceamento ao direito de pensar diferente, como por exemplo: compreender um único Princípio-Deus, a Ele obedecer e ser fiel, derivando desta existência, uma lei divina sempre presente e ativa, expressa num poder absoluto, para o qual, todo o bem é sempre possível, como manter leões famintos, bem calminhos e sob controle. Essa história consta no livro de Daniel, no Antigo Testamento. Foi o diferencial de sua espiritualidade e confiança só no poder do desdobramento do bem que capacitou Daniel a sair vivo e ileso da cova dos leões, donde ninguém saia vivo.

O assim chamado poder de império, concedia ao Rei Nabucodonosor, a vantagem de coptar, os melhores jovens caldeus de cidades sitiadas, para servir no palácio real, e, foi o que levou o jovem Daniel para servir ao rei. Essa influência imperialista, que busca monopolizar a vida e a mente das pessoas, pode ser vista hoje no fenômeno sociais tais como: a onda de influenciadores que cultuam a exposição de fragilidade e vulnerabilidades como sendo algo positivo, tendência que abunda na Internet; a ansiedade, a vaidade, as imposições dos falsos conceitos de beleza, os excesso de preocupação corporal, a hesitação em relação ao mau uso da inteligência artificial, as dietas, os sistemas humanos, o politeísmo, o cancelamento, etc, etc

Os que trabalhavam para o rei, perdiam o direito de ter e viver sua própria vida, passando a adotar desde as dietas das iguarias do rei, até precisarem abadonar aquilo que acreditavam, bem como sua devoção à oração e sua confiança monoteísta num único poder supremo, passando a entregar-se às crendices politeístas da seita imperial. Um complô para “cancelar” Daniel, foi tramado pelos observadores que viram na atitude de orar diariamente, uma ameaça incoveniente para às crenças politeístas, e, convenceram o rei, que se alguém no reino ousa-se adorar um só Deus, diferente dos deuses materiais adorados pela realeza, esse deveria ser condenado a pena máxima de ser atirado na cova dos leões. E foi o que aconteceu com Daniel, um obediente filho de Deus, fiel às suas convicções religiosas, e, com suficiente coragem moral, para enfretar toda aquela armação e assédio moral contra um jovem brilhante, que era capaz de interpretar e desvendar enigmas que apareciam ao rei sob a forma de sonhos, e que ninguém mais conseguia desvendar.

Uma das primeiras atitudes de Daniel, logo que foi trazido cativo para servir ao rei, foi sua decisão de não querer a dieta real, oferecida pelo conzinheiros, junto com seus amigos conterrâneos, eles preferiram “não contaminar-se com as iguarias do rei“, e, propôs ao cozinheiro-chefe dos eunucos, que lhe dessem só legumes, e, depois de dez dias, fosse tirada a prova, em relação aos que adotaram a dieta do rei. E o que ele previu aconteceu, pois suas faces estavam mais robustas do que os outros jovens, e, esta foi uma prova que intrigou os observadores da realeza. Eis uma parte do livro de Daniel 1: 8-21

Ao final do tempo determinado pelo rei para que os jovens fossem levados à sua presença, o chefe dos eunucos os levou à presença de Nabucodonosor. Então o rei falou com eles. E, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Por isso, passaram a servir o rei. Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais sábios do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. Daniel continuou ali até o primeiro ano do reinado de Ciro.

Daniel 1: 8-21 NAA – SBB

Vamos a um exemplo de leão moderno que está urrando muito:
Em tempos de Inteligência Artificial (IA), suas manhas e artimanhas, dúvidas e hesitações intrigantes, em relação a sua utilidade, possíveis exageros e uso abusivo e desenfreado, todo aquele que preserva seus pensamentos, de modo original, e, incontaminado pelas muitas falácias, invencionices, opiniões e críticas humanas, é, alguém que tende a destacar-se na multidão, recusando-se a aceitar os pontos de vistas negativos, sobre o uso da tecnologia. Não fosse o correto uso da tecnologia, hoje poderiamos estar com menos recursos para desenvolver ferramentas úteis, como um simples editor de texto, on-line, como esse que estou usando, sem falar no quanto os avanços tecnologicos trazem facilidades a vida humana. A inteligência artificial é como um papagaio, ela só repete o que lhe é ensinada, sem nenhum juízo de valor, nem alguma molécula de emoção, sentimento, ou substância inerente ao poder de cada palavra que é alimentada em suas bases de dados.

Tal como no tempo do jovem Daniel e seus amigos cativos na Babilônia, hoje toda a inteligência e sabedoria, que aplicamos desde a realização de trabalhos e provas escolares, até as decisões e escolhas ao longo de nossa jornada, pode ser uma bênção, quando com humildade, passamos a ver além das teorias biológicas e da neurociência para descobrir que a fonte de toda inteligência, que governa o homem, a natureza e o universo está no seu único Princípio criador e preservador! A Ciência Cristã nos revela essa consciência com base na real espiritualidade, que nada tem a ver com as teorias de auto-ajuda e filosofias dos sistemas humanos, teorias da prosperidade, pensamento positivo, etc, etc.

Agora, a capacidade e habilidade de pegar a visão e vislumbrar as coisas invisíveis do Espírito infinito, não é, nem precisa ser algo místico, muito menos complexo! É na simplicidade do existir, que somos capazes de demonstrar aquilo que já é inerente ao nosso ser real como expressão de um único Ego, imortal, universal — um só saber consciente, que a Astronomia chama de Cosmos, e, que aprendi na Ciência Cristã, a chamar de uma única Mente! Essa Mente única, jamais pode ser comparada com os limites e fantasias da IA. Usar o copia e cola típico da IA, é como deixar-se devorar por um leão, pois nossa própria iniciativa, improvisação, bem como nossa capacidade de expressar pensamento originais, poderia ser devorada por um tipo sutil de plágio. Essa característica plagiadora da IA, está gerando ações judiciais, como o caso do renomado jornal New York Times, que está acionando a Microsoft, e, a empresa criadora do Chat GPT, por ter usado o acervo de seus conteúdos, em sua base de dados, para alimentar os robos da inteligência artificial destas empresas. Conteúdos que estão sob Direitos Autorais, e, outras questões implicadas, como as altas inversões de publicidade, que provisionam toda uma infraestrutura organizacional de empresas jornalísticas.

Outro exemplo de leões urrantes pode ser a adoração de muito jovens e até crianças a influenciadores na Internet:
Assim como os jovens caldeus, Daniel e seus amigos, todos podemos vivenciar uma inteligência e sabedoria divinais, que podem nos fazer brilhar. Cada um de nós tem um plano e um propósito bem delineado conforme nosso talentos divinos. Basta, não consentirmos em contaminarmos com as “finas iguarias do rei“, isto é, nenhum influenciador, blogueira, ou seja lá que nome tenham, pode nos cativar para servir nos palácios irreais contruídos sobre a areia da futilidade, do conteúdo raso, e, explosão de popularidade, embasada na vaidade pessoal, na exposição de fragilidades e vulnerabilidades, e, por vezes, até no alimentar certo tipo de adulação pessoal. Seja qual for o sentido de seguir uma pessoa, para fazer parte de um exército que destila ódio, desamor, cancelamentos, nas redes sociais, nada mais é do que uma tentativa de curvar-se aos deuses do ódio, e, das tempestades do desamor, as quais só mostram o lado mais rasteiro das futilidades do eu humano.

A espiritualidade é uma domadora ideal de leões mentais:
A espiritualidade é como uma arma secreta, poderosa, inata a cada um, ela é o melhor cala boca dos supostos leões famintos para atacar nossos melhores planos. Basta compreender esse fato científico cristão, e, passo a passo, começar a utilizá-la por intermédio de oração constante, que confia no governo de uma Mente única, sempre presente e atuante. Por meio da espiritualidade crística, podemos demonstrar força e inteligência e coragem moral, na superação dos supostos “leões” mentais que vivem tentando rugir em nossa consciência, com ruídos do medo, ansiedade, indecisão, timidez, vergonha, sentimentos de culpa, pavio curto, e, o pior de todos: o preconceito. A espiritualidade nos blinda, protege, e nos aproxima dando-nos familiaridade com essa Mente única, para a qual todo o bem é sempre possível.

Como na imagem do pintor inglês, Briton Rivière, utilizada para ilustrar esse post, precisamos encarar de frente nossos próprios leões mentais, e, ver que eles nada mais são do que miragens, ilusões mentais, privadas de qualquer tipo de poder, pois, essa é a grande vantagem de sermos monoteístas e obedecer ao 1º Mandamento, ela desdobra nossa coragem moral, tal como Daniel, de não nos curvarnos diante dos falsos deuses, como os que tentam rugir em nossos pensamentos. Assim nos tranquilizamos, pois deixamos de alimentar pensamentos opressores e negativos. Munidos de nossa espiritualidade inata, deixarmos de sentir medo deles, eles desaparecem, devorando-se uns ao outros em sua própria nulidade, diante da totalidade do único poder da única Mente, que governa tudo, todos e todas as situações, até mesmo os animais classificados como selvagens e ferozes.

O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito;o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará.

Isaías 11: 6